quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Gamla Uppsala

... mesmo assim... domingo foi um dia bastante interessante para passear. Dirigimo-nos, de imediato, para a paragem do autocarro não para fugir da cidade, mas para visitar Uppsala antiga, local de culto vicking há mais de 1500 anos. Localizado numa paisagem campestre, Gamla Uppsala resiste ao tempo e conta-nos uma história que remonta aos povos bárbaros. Alguns pequenos montes passam despercebidos ao turista ignorante da sua história. Depois de entrarmos no museu, aprendemos a sua importância, como símbolo de identidade e nacionalismo sueco, preservado e admirado durante séculos. No entanto, este nacionalismo teve os seus perigos, pois foi usado durante a 2a guerra mundial e após o conflito pelas facções de extrema direita na Suécia. O museu explica toda a história desses montes e desse local desde a sua criação até aos nossos dias.


Pois bem, o que tem de especial estas elevações? Não são moldadas pela natureza, mas sim pelo homem como elevações tumulares. Os três montes maiores e que foram explorados pelos arqueólogos pertencem a reis vickings importantes. Os corpos foram queimados e depois cobriram as cinzas primeiro com um monte de areia, depois barro e mais uma outra camada de terra. Os outros montes não foram abertos, por isso, não se sabe a quem pertence. Neste local, foi também encontrado o corpo de uma mulher dentro de um barco vicking e objectos pessoais.


Gamla Uppsala foi igualmente um local de culto e de sacrifício aos deuses - as vítimas eram tanto animais, como humanos. Todos podiam estar sujeitos ao sacrifício, até mesmo um rei, que em momento de crise, de fome e de más colheitas, sacrificou-se para salvar o povo da miséria. Olha se o Sócrates fizesse o mesmo...
Antes de chegar ao museu, fomos primeiro visitar a igreja, construída nos primórdios da cristandade na Suécia e foi outrora a catedral, despromovida, mais tarde, a igreja paroquial.

A igreja é grande e tem muitos vestígios desenhados nas suas paredes que me fizeram lembrar os frescos antigos de santos na igreja de Bravães, Ponte da Barca.

Achámos muito curioso um edifício estranho de madeira, bem ao lado da igreja. Terá sido uma réplica do período vicking? A união de culto pagão com o culto religioso? Perguntava eu em termos filosóficos e profundos. Acabei por perguntar ao recepcionista do museu que com um grande sorriso disse que era apenas uma torre com sinos. Em algumas igrejas antigas, como não tinham torre com sinos, foram construídas casas de madeira para o efeito. Ora bolas! E eu a pensar em algo mais profundo que isso!


E pronto. Assim terminou a nossa visita a Gamla Uppsala.

Ainda fomos a uma pizzaria almoçar e depois fomos para a estação (antes ainda nos desorientámos pelo caminho). É uma cidade com pontos de verdadeiro interesse. Adorei a catedral pela sua beleza simples, sem grande austeridade e gostei bastante da Gamla Uppsala com a sua história de mais de mil anos de heróis vickings.

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