terça-feira, abril 10, 2007

Estocolmo (já vai em quantas vezes?)


Em quantas mesmo? 5ª feira passada foi dia da visita número tal a Estocolmo. Não me canso. E a manhã estava brilhante e gloriosa para uma visita à capital e um passeio pela elegante Strandvägen, de fachadas imponentes e barcos longe de serem modestos. Estava a ver se piscava o olho a um ricaço, mas sem efeito. Só vi turistas, como eu, de mochilas às costas a dirigirem-se possivelmente ao Vasa museet. Mas como já tinha ido lá, o meu primeiro objectivo foi visitar o museu de História (Historiska museet). Por isso virei em sentido oposto, em direcção à Narvavägen e lá estava, após alguns metros, o dito museu. Também é algo que nunca me canso é realmente história e o que, neste momento, me está a interessar é tudo relacionado com os vickings e o que andaram a fazer por estes lados. Depois disso a história deste país não é assim muito fascinante. Tirando o facto de um irmão ter assassinado outro com sopa de ervilhas, de matarem um rei num baile de máscaras ou de nomearem um general francês como rei, sem haver qualquer ligação de sangue, a história sueca é pouco fascinante. E, claro, os vickings.



Passei mais de 2 horas e meia , fechada naquele edifício fascinada com o que uma gravação (gratuíta) me contava sobre o modo de vida daquela gente. O museu divide-se em períodos diferentes: a pré-historia, o período vicking, a Idade Média e o período barroco. Em relação aos dois últimos não me trouxeram assim grandes surpresas já que apresentavam, apenas, relicários e arte religiosa cujo estilo está longe de ser a riqueza do que temos no nosso país. Por isso as duas horas e meia foram mesmo passadas na pré-história e na área dos vickings. Acabei, mesmo, por comprar dois livros sobre a mitologia e as lendas desse período.
Vale a pena, igualmente, a visita ao tesouro na chamada sala dourada, onde se encontra ouro desde a idade de bronze à Idade Média: moedas e jóias, espadas e punhais cunhados a ouro e três gargantilhas de ouro encontradas em três locais diferentes na Suécia, únicas no mundo. Encontra-se também um relicário da santa Isabel da Hungria, que a Suécia tomou em sua posse na Guerra dos Trinta Anos.
Depois da visita ao museu fiz uma bela caminhada, já com o tempo cinzento e algo ventoso, pela marginal, na mesma ilha onde se encontram os museus que já tinha antes visitado: Vasa museet, Nordiska museet e Scansen. Desta vez, fui na direcção de um outro museu, a casa que outrora fora de um príncipe, chamado Eugen, e pela qual fiquei apaixonada. Primeiro, enquanto ia para lá fiquei literalmente de boca aberta, pelas casas centenárias, mesmo à beira de água, com belíssimos jardins e um pequeno cais, para o um barquito.Reparei também que esta é uma zona de embaixadas – encontrei a de Itália e a de Espanha – belíssimos palácios, mas não encontrei a de Portugal. (deve estar num outro sítio numa barraquita modesta)
Depois de uma bela caminhada de cerca de 20 minutos, até ao local fui agradavelmente surpreendida pelo jardim, em torno da casa, que me fez lembrar um pouco o do museu de Rodin quando fui a Paris. E pasmei-me ainda mais, quando vi uma réplica do mesmo Rodin – o pensador. O jardim está repleto de belíssimas esculturas e não me cansei de tirar fotografias. Pena não ter apanhado uma Primavera totalmente florida.







O príncipe Eugen foi pintor e um verdadeiro artista no seu tempo. Foi igualmente um benfeitor onde investiu bastante dinheiro na ajuda de jovens artistas. Muitas das suas obras e de outros artistas que ajudou estão expostas na sua casa. O primeiro andar estava decorado à moda da época (finais do século XIX) e fiquei particularmente fascinada por uma das salas, com janelas amplas viradas para o belo jardim e para a água. Lindo! O segundo andar estava repleto de arte moderna com textéis de variadíssimas formas. Aqui ficam algumas dessas fotografias. Foi pena não ter sido autorizada em tirar fotos do seu interior, principalmente daquela sala...
Como exposição temporária, estavam as imagens que deliciam os fãs do senhor dos Anéis. Quadros bem ao gosto mágico e gótico elaborados por um artista inglês, conhecido pela sua arte em capas de discos de Heavy Meatal. Gostei.

Detive-me mais alguns minutos a tirar fotos do jardim e fui-me embora, em direcção a casa.


Antes disso ainda fui gastar o cheque brinde que me tinham oferecido pela participação na conferência em Estocolmo. Penso que foi um bom investimento. Comprei em inglês um livro sobre os dias não comemorados nos EUA mas que fazem parte da história do país e um livro com a compilação de contos e poemas de Edgar Allan Poe. A bem dizer que os livros que tenho comprado não são de tamanho de bolso e estou a pensar seriamente em enviá-los pelo correio antes de me ir embora. Já ando a formar uma biblioteca de tamanho considerável. A minha maior compra foi a de um livro de contos populares suecos, com ilustrações lindíssimas de um ilustrador dos finais do século XIX, John Bauer, que morreu muito novo. O seu estilo faz-me lembrar um pouco dos ingleses pré-rafaelitas e tem ilustrações adoráveis de trolls grandes e feios, mas ao mesmo tempo tristes e meigos, e de príncipes e princesas elegantes. Mesmo, maravilhoso!


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