terça-feira, abril 10, 2007

Örebro





Sábado foi dia de mudar de ares para Örebro, uma vila simpática a uma hora de distância de Eskilstuna. Para lá ter fui de comboio e, pela milésima vez, menti ao vendedor a minha idade para obter um desconto no transporte - isto de ter aparelho nos dentes e ar juvenil engana qualquer um. “Que idade tem? 26 anos?” pergunta o vendedor. “Não... tenho 25 ” respondo eu. Vá riem-se. Ele até estava a ser simpático a dizer que tinha 26 e se dissesse que sim, ficaria à mesma com o desconto. No entanto apeteceu-me ficar com essa idade enganosa dos 25 para não haver confusões nas outras alturas. Tenho 28 anos, mas oficialmente para a companhia de SJ (a empresa de combóios sueca) eu tenho 25 anos. Mas juro que só nestas situações é que minto em relação à minha idade! Mas faz bem ao ego quando vêem que eu pareço bastante mais nova. É de aproveitar, pois daqui a 10 anos já não devo parecer ter 25. Ah pois!
Bom, o objectivo deste meu relato era falar de Örebro. Vou deixar então de divagar com a idade que estas coisas fazem-me impressão e é melhor evitá-las.
Örebro é uma cidade pequena, como uma arquitectura predominante do século XIX. Em 1854 houve um grande icêndio e com isso decidiram planear a antiga cidade de mais de 750 anos de forma diferente, tornando-a mais requintada. Os edifícios mais importantes são o castelo, a igreja de S. Nicolau e a câmara municipal. Este último edifício foi mesmo feito à grande e à francesa – tanto que até mesmo o rei na altura criticou pelo facto de ser muito grande para uma cidade de província.


A minha primeira visita foi à igreja de S. Nicolau. Uma visita algo acidental, pois o meu objectivo era visitar o castelo primeiro, mas como sou uma cegueta de primeira, não vi o castelo (um edifício nada pequeno) e vi a igreja. Tenho pouco a dizer sobre o edifício. É uma igreja. :)


Segunda visita foi feita ao castelo. Fiquei um tanto perdida para localizar a entrada principal e o posto de turismo. Lá disseram-me que era possível visitar o castelo gratuitamente ou tinha a opção de ter visita guiada, paga, que era apenas às 13h. Como eram ainda 11h30, não tive muita paciência para esperar e visitei a pequena exposição do castelo, algo escondida, com apenas um pequeno aviso à porta a informar sobre a exposição. Tão escondida que fui a única que tive por lá a tentar perceber o que estava exposto, apenas com a ajuda de um panfleto em inglês. O que não gostei foi o facto de haver umas escadas em caracol que não davam a lado nehum. Uma turista curiosa como eu foi encontrar apenas uma porta com prateleiras de lâmpadas e fios de electricidade.
Basicamente a pequena exposição retrata a história do castelo de Örebro que foi palco de momentos importantes na história da Suécia: a adopção do primeiro Acto Parlamentar em 1617, e a eleição do marechal francês Jean-Baptiste Bernadotte como herdeiro ao trono sueco em 1810. (Eh lá coisas! Ainda estou por descobrir o motivo de terem eleito um marechal de Napoleão a rei da Suécia!)




Depois da visita ao castelo fui em direcção a Wadköping. Este é um centro cultural (estilo mini Skansen) onde foram levados edifícios antigos e construíram uma pequena aldeia. O nome de Wadköping foi criado em honra do escritor, Hjalmar Bergman, que nasceu em Örebro. Neste pequena aldeia, encontram-se lojas de artesanato, venda de livros antigos, exposições de arte e um pequeno teatro ao ar livre. O edifício mais antigo é o chamado Kungsstugan, assim chamado, pois foi residência por duas noites do Duque Karl ( mais tarde Karl IX). No andar de cima encontram-se frescos nas paredes e tectos bem preservados. Encontra-se igualmente a casa que outrora fora do mais famoso escritor de livros de culinária do séc. XVII – Casja Warg. Aqui estão as fotos. Espero que gostem.





Numa coisa fico eu fascinada com as casas à beira rio que encontrei a caminho de Wadköping. Os suecos orgulham-se de ser um povo até bastante modesto, mas a modéstia não consegue esconder o luxo que vi naquelas casa, com relvado, piscina, um pequeno cais para o barquito... tal e qual como vi em Estocolmo. Isso é que é viver! Também quero uma daquelas!

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