segunda-feira, junho 11, 2007

A queimar os últimos cartuchos

Basicamente é isso que eu ando a fazer nestes últimos tempos. Faltam 5 dias para me ir embora deste país. Já nem faço contagem decrescente, pois metade de mim não anda muito anciosa por voltar à terra mãe.

O Verão chegou cedo e ao mesmo tempo um calor bastante intenso, até demais para o meu gosto. É ver os suecos descascados, a desfrutar o calor, pois dizem que dias assim é mesmo sol de pouca dura. Eu, pessoalmente, gosto da sombrinha fresquinha. E acreditem, que tem estado mesmo imenso calor.

Na semana passada, celebrou-se o dia 6 de Junho - o dia nacional da Suécia e Essie decidiu levar-me a visitar alguns castelos (palácio para qualquer português, mas um sueco diz sempre que é um castelo) que circulam o lago Mälaren.
O primeiro a visitar foi o castelo de Gripsholm. Construído primeiro como fortaleza em 1380, mais tarde passou a residência do rei Gustav Vasa em 1526. O castelo, tem no seu interior retratos e mais retratos da realeza sueca. Encontrei, mais uma vez, uma sala com os reis da época de Gustav III. De Portugal, estava presente a rainha D. Maria I.

O rei Gustav III era um apaixonado pela arte de representação. Tanto que mandou construir um pequeno teatro de estilo barroco. Tanto que passava a vida no teatro - soube da notícia da morte do pai no meio de uma representação e, anos mais tarde, foi assassinado num baile da máscaras na Ópera de Estocolmo. O espectáculo era a sua paixão.

Tive a oportunidade de ter uma guia que falava em Inglês e soube um pouco mais sobre a história da Suécia a partir do rei Vasa. A história sueca resume-se assim. Sabe-se muito sobre os Vickings e depois há um salto no tempo e descobrimos mais a partir do rei soberano Gustav Vasa, que unificou o país e que foi coroado, precisamente, no dia 6 de Junho.

Aqui ficam algumas das fotos do exterior do castelo. Infelizmente não fui autorizada a tirar mais do seu interior, principalmente, do magnífico teatro.







Ainda demos uma saltada à vila, muito pequena, que fica ao pé do castelo. Chama-se Mariefred.




Como estava muito calor, viam-se pessoas a passearem com os seus barcos e a apanhar sol. Fomos em direcção a um outro pequeno palácio, que se chama Taxinge, e é apenas utilizado como café e pastelaria, rodeado por um belo jardim. E acreditem que uma pessoa não sabia onde se virar com tanto bolo e bolinho. Fiquei mesmo de barriga cheia e satisfeita.





A caminho já de casa, para descansar um pouco antes de assitir às celebrações do 6 de Junho, vi um alce pela primeira vez. Os meus guias até fizeram um desvio de prepósito para eu tirar fotos do animal, uma fêmea ainda jovem que olhou curiosa para a turista tuga. Este foi o meu momento National Geographic. Essie explicou-me que as crias de alce ficam com a mãe até um ano e quando nascem novas crias, a "criança" mais velha é expulsa violentamente pela sua progenitora. Ela lá andava, ainda novinha e um pouco ingénua, sem se assustar com a nossa presença.

Depois foi uma correria de carro para chegar a tempo das celebrações. Estas foram situadas numa outra mansão apalaçada, mas propriedade privada. O dono, todos os anos, e isto numa tradição familiar de há mais de 35 anos, abre as portas para o "povo" poder celebrar o 6 de Junho. O palácio fica lindamente situato nas margens de um pequeno lago. Basicamente as celebrações foram com alguns discursos, a banda a tocar, um coro a cantar canções tradicionais e o hino nacional. Vi algumas pessoas trajadas a rigor com o fato tradicional sueco.

Do que me dizem, se compararmos com os noruegueses e os finlandeses, os suecos não se afirmam como muito nacionalistas. Até dizem que têm muita pouca auto-estima (esta é de rir) em relação ao país. Muito recentemente, o 6 de Junho é celebrado como feriado nacional, mas mesmo assim, vejo mais bandeiras nas entradas das casas dos suecos do que em Portugal (tirando a altura dos momentos futebolísticos da nossa selecção).



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