The End

Já estou em casa no conforto do meu lar e só agora, após 3 dias do meu regresso é que arranjei tempo para escrever qualquer coisa como final, pelo menos para este blogue. A tuga já não está em Sverige. Está no seu país da balbúrdia, mas não deixa de ser a minha pátria. Deixei lá saudades, no norte. Chorei que nem uma Madalena no almoço do final do ano escolar. Bem tentei fazer um discurso lindo acerca da escola, mas só conseguia dizer obrigada, no meio de soluços. Senti abraços calorosos, palavras amigas a dizer que irão sentir a minha falta.

Passei mais uns dias e aproveitei para comer o peixe salgado (blaaahhh) que usam nas celebrações do Midsummer (uma das maiores celebrações do ano e vou perder!)

Ainda durante a semana de despedida tive tempo de visitar o parque de reserva nacional Färnebofjärden's, conhecido não só pelas várias espécies de pássaros e plantas, mas mais pela quantidade de insectos que invadem todos os anos, durante o Verão. Tivémos sorte de ter estado um dia bonito e sem mosquitos!

Mas terminei o meu último dia, em território sueco, em beleza. Tomar banho no rio ao pôr-do-sol, precisamente às 22h da noite. Foi maravilhoso.
E, assim, acabou. Não é o final para mim, apenas sinal de mudança, um virar de página. Esta experiência, fez-me, sem dúvida, chegar a Portugal com outro espiríto. Fiquei triste por deixar a Suécia, mas contente por ter conhecido e aprendido muito com esta experiência e ter feito novas amizades.
Aqui ficam registados, para mim, os melhores momentos nestes 7 meses e meio. Esse tempo não é nada. Foram apenas 7 segundos. Primeiro segundo a minha chegada, depois o Outono colorido, o encontro com os assistentes em Estocolmo, a neve, o arquipélago de Estocolmo, Uppsala, as florestas, os lagos, as noites claras, as pessoas que conheci, os locais que visitei, Finlândia, Noruega ... segundos bem cheinhos e cheio de coisas boas. :)

Sista Gången

Última vez. Sim, a última vez que escrevo neste blog em terras suecas. Última vez nesta escola. Vai haver, daqui a algumas horas, um almoço de final do ano lectivo. Vai ser triste. Acreditem. Passei aqui excelentes momentos que nunca mais esquecerei e ainda nem acredito que tudo está a terminar. É sempre assim quando nos sentimos bem.
Hej då Rekarne ou talvez Vi ses! Voltarei para vos visitar, um dia...

Strömsholm

Strömsholm foi mais um palácio que visitei no último domingo. De dimensões um pouco mais pequenas, o palácio foi construído entre 1669 e 1674 como oferta à rainha Hedvig Eleonora. O palácio está recheado com mobília do século XVII, e foi restaurado tentando ao máximo obedecer ao que era originalmente.
Desde o século XVI este local foi e continua a ser um importante centro equestre. Bem perto, encontra-se uma escola equestre que pertenceu ao exército até 1968 e nos jardins do palácio encontra-se um hipódromo onde há, anualmente, competições.

Gato anti-alérgico

Jovem! Gosta de gatos, mas é alérgico ao pelo? Não fique desanimado! Existe um gato que soluciona o seu problema! Apresento-lhes uma gata Cornish Rex, que tal como o nome indica é da Cornualha! O que eles inventam! Olhem bem para aquela pelagem anti-alérgica! Eh lá coisas!





A gata chama-se Selma e pertence ao filho da minha orientadora.

Studenten

No sábado passado aconteceu um dos grandes momentos do ano para os suecos, principalmente para aqueles que terminaram a escola. Os finalistas de todas as escolas de Eskilstuna festejaram a passagem para um novo ciclo nas suas vidas. Enquanto que em Portugal damos mais importância aos festejos do final dos estudantes universitários por cá, considera-se que a mudança nas suas vidas é nesta altura. E, de facto, faz mais sentido.

Pois bem, tudo começou bem cedo na escola. Às 7h30 da manhã já os alunos andavam com a sua fatiota a rigor a fazer pose para as fotografias. A farda consiste para as raparigas um vestido branco e para os rapazes fato e gravata a rigor. Ambos levavam um chapéu branco, com os seus nomes bordados. Utilizam os chapéus para serem assinados pelos seus amigos e professores.
Cheguei por volta das 8h30 e tudo andava na azáfama. Depois da sessão de fotografia, os alunos dirigiram-se ao ginásio (eles eram tantos que não cabiam na assembleia) para assisitir ao primeiro espectáculo oferecido pelos alunos do segundo ano. Estes fizeram uma espécie de entrega de Oscares em que ofereceram prémios aos alunos. Fizeram também uma rábola, muito engraçada a emitar os professores, e os alunos dos vários programas.
Depois de um intervalo em que os alunos se dirigiram aos vários programas para recererem os seus certificados, foi a vez dos professores darem o espectáculo. Primeiro um grupo de professoras apareceram a fazer uma dança de hip-hop, depois um strip-tease e depois, cantorias suecas sem deixar de cantar o "Worrying Kind" dos Arc e o tema dos Lordi. Ai a Eurovisão!!

Fiquei bastante impressionada com o investimento que a escola fez em montar um palco e todo um sistema de som profissional. As cantoras não eram bem profissionais, mas deram um bom espectáculo aos alunos. Melhor foi mesmo um grupo de professores vestidos a rigor para um bailarico estilo can-can. De morrer a rir! Estavam mesmo sexy!
Por fim, foi a despedida. Recebi um grande abraço de um dos alunos de Português - o meu 50 por cento do segundo nível que foi finalista este ano. É certamente um momento de grande emoção para todos estes alunos.

Quando saíram da escola, os familliares esperavam-nos com fotos coloridas dos seus filhos quando eram pequeninos, em estendartes. Pareciam mais anúncios que poderiam dizer - Filho procura-se. Perdeu-se no meio da confusão. Orgulhosos levantaram os estandartes a dizer adeus aos filhos que se digiram a eles com muita emoção. Foram enfeitados com peluches e fitas cloridas à volta do pescoço e, em seguida, dirigiram-se para os carros alegóricos (verdadeiros camiões) em direcção à cidade para circular durante horas pela mesma estrada e festejar com todas as pessoas. A cidade não ficou indiferente e todos, novos e velhos, davam os parabéns aos alunos finalistas.
Faz parte também da tradição os próprios familiares levarem os filhos num atrelado, com enfeites e formas bem imaginativas. Curioso, foi ver nesta altura do ano, tantos carros dos anos 50. Há um grande revivalismo por essa época nesta zona do país.
Os alunos da escola Rekarne foram os primeiros a sair, seguiram-se os alunos das outras duas escolas secundárias, uma às 14h e outra às 16h. Tudo isto para evitar muita confusão.

Tirei imensas fotos. Aqui ficam elas para mais tarde recordar...

A queimar os últimos cartuchos

Basicamente é isso que eu ando a fazer nestes últimos tempos. Faltam 5 dias para me ir embora deste país. Já nem faço contagem decrescente, pois metade de mim não anda muito anciosa por voltar à terra mãe.

O Verão chegou cedo e ao mesmo tempo um calor bastante intenso, até demais para o meu gosto. É ver os suecos descascados, a desfrutar o calor, pois dizem que dias assim é mesmo sol de pouca dura. Eu, pessoalmente, gosto da sombrinha fresquinha. E acreditem, que tem estado mesmo imenso calor.

Na semana passada, celebrou-se o dia 6 de Junho - o dia nacional da Suécia e Essie decidiu levar-me a visitar alguns castelos (palácio para qualquer português, mas um sueco diz sempre que é um castelo) que circulam o lago Mälaren.
O primeiro a visitar foi o castelo de Gripsholm. Construído primeiro como fortaleza em 1380, mais tarde passou a residência do rei Gustav Vasa em 1526. O castelo, tem no seu interior retratos e mais retratos da realeza sueca. Encontrei, mais uma vez, uma sala com os reis da época de Gustav III. De Portugal, estava presente a rainha D. Maria I.

O rei Gustav III era um apaixonado pela arte de representação. Tanto que mandou construir um pequeno teatro de estilo barroco. Tanto que passava a vida no teatro - soube da notícia da morte do pai no meio de uma representação e, anos mais tarde, foi assassinado num baile da máscaras na Ópera de Estocolmo. O espectáculo era a sua paixão.

Tive a oportunidade de ter uma guia que falava em Inglês e soube um pouco mais sobre a história da Suécia a partir do rei Vasa. A história sueca resume-se assim. Sabe-se muito sobre os Vickings e depois há um salto no tempo e descobrimos mais a partir do rei soberano Gustav Vasa, que unificou o país e que foi coroado, precisamente, no dia 6 de Junho.

Aqui ficam algumas das fotos do exterior do castelo. Infelizmente não fui autorizada a tirar mais do seu interior, principalmente, do magnífico teatro.

Ainda demos uma saltada à vila, muito pequena, que fica ao pé do castelo. Chama-se Mariefred.

Como estava muito calor, viam-se pessoas a passearem com os seus barcos e a apanhar sol. Fomos em direcção a um outro pequeno palácio, que se chama Taxinge, e é apenas utilizado como café e pastelaria, rodeado por um belo jardim. E acreditem que uma pessoa não sabia onde se virar com tanto bolo e bolinho. Fiquei mesmo de barriga cheia e satisfeita.

A caminho já de casa, para descansar um pouco antes de assitir às celebrações do 6 de Junho, vi um alce pela primeira vez. Os meus guias até fizeram um desvio de prepósito para eu tirar fotos do animal, uma fêmea ainda jovem que olhou curiosa para a turista tuga. Este foi o meu momento National Geographic. Essie explicou-me que as crias de alce ficam com a mãe até um ano e quando nascem novas crias, a "criança" mais velha é expulsa violentamente pela sua progenitora. Ela lá andava, ainda novinha e um pouco ingénua, sem se assustar com a nossa presença.

Depois foi uma correria de carro para chegar a tempo das celebrações. Estas foram situadas numa outra mansão apalaçada, mas propriedade privada. O dono, todos os anos, e isto numa tradição familiar de há mais de 35 anos, abre as portas para o "povo" poder celebrar o 6 de Junho. O palácio fica lindamente situato nas margens de um pequeno lago. Basicamente as celebrações foram com alguns discursos, a banda a tocar, um coro a cantar canções tradicionais e o hino nacional. Vi algumas pessoas trajadas a rigor com o fato tradicional sueco.

Do que me dizem, se compararmos com os noruegueses e os finlandeses, os suecos não se afirmam como muito nacionalistas. Até dizem que têm muita pouca auto-estima (esta é de rir) em relação ao país. Muito recentemente, o 6 de Junho é celebrado como feriado nacional, mas mesmo assim, vejo mais bandeiras nas entradas das casas dos suecos do que em Portugal (tirando a altura dos momentos futebolísticos da nossa selecção).

É beber meus amigos, é beber!

A rapaziada do costume, no fim-de-semana seguinte decidiu dedicar a noite de sábado para um momento cultural: uma prova de vinhos. Cada qual trouxe uma garrafa de "binho" e houve de todas as nacionalidades: espanhol, francês, alemão e, claro está, tuga! Trouxe uma garrafinha de Periquita de Azeitão. Não sou especialista em vinhos, e como até era baratucho e o nome não me era estranho levei a Periquita, para todos nós ficarmos "emperiquitados" com tanto vinho.

Algo que ainda não comentei no meu blog e que é algo, de facto, interessante de ver, é que as bebidas alcoólicas, pelo menos na Suécia e na Finlândia são vendidas em lojas próprias e não em supermercados. Se querem vinho, têm que ir aos chamados Systembolaget e se têm ar de putos, são confrontados com a pergunta sacramental: "har du legitimation?", ou seja, "tem BI?". Por acaso, quando me perguntam isso, não fico nada chocada. Tenho ar de ter menos 21 anos? É um elogio!

Pois bem, foi uma noite bastante interessante de prova de vinhos, com queijinho, bolachas e não houve bebedeira. Terminou-se a noite com uma leitura profunda de astrologia e cartas Tarot. lol

Estocolmo - última vez

A minha última visita a Estocolmo, foi desta vez feita há três semanas atrás, com a simpática companhia das minhas colegas professoras Sahra, Lovisa e o meu colega assistente de França, Jan. Ou seja, a rapaziada do costume.

Depois de várias indecisões sobre o nosso destino, resolvemos ir a um local que ninguém tinha ido, antes: a Drottningohlm - o palácio, residência de férias da família real e património da Unesco. É um edifício belíssimo, de estilo barroco, dos finais do século XVI. Uma espécie de mini- Versailles, com um jardim fabuloso e num local belíssimo, nas margens do lago Mälaren. Para lá ir, ou vai-se de barco, ou, então, e a opção de qualquer turista pobre, vai-se de metro e autocarro. Devo dizer, que o sistema de transportes e compra de bilhetes é um pouco complexo, principalmente, o sistema de metro - está sempre a mudar. Lembro-me que a primeira vez que fui visitar a cidade, os bilhetes eram comprados, no local em que eram revistos. Agora, temos que nos dirigir a uma loja para fazê-lo. Somos sempre apanhados de surpresa com mudanças no sistema. Pior que em Portugal! Acreditam?

Pois bem, tivémos mesmo muita sorte com o tempo, cheio de sol e primaveril. Mal chegámos vimos a guarda real a mover-se de local. Depois de muitas fotos tiradas, fomos conhecer o jardim, por fora, o pavilhão chinês, e depois, o palácio. Só parte do edifício está aberto ao público. A decoração é típica da época, muito bonita. O nosso último local de visita foi à sala dos reis em que encontrámos retratos grandes de todos os reis da Europa nos meados do século XIX. Lá estava o nosso jovem D. Pedro V.

Como não deu para tirar fotos do seu interior, coloco aqui algumas do jardim e palácio. :)









Para mais informações sobre o palácio real de Drottningholm:

http://www.royalcourt.se/theroyalpalaces/drottningholmpalace.4.19fe5e61065eb9aeea80002743.html

AHHHHH

Ok...já estou mais calma...este dia para mim tem sido um pouco estranho. Fui avisada que afinal tinha de fazer as mudanças do apartamento precisamente hoje! Fiquei um pouco chateada, pois tinha planos com os professores que ficaram um pouco dependentes da minha ajuda e depois sinto que não me despedi do "meu cantinho" e da "minha rua" como deve de ser. Lá fui eu a correr e com a ajuda de alguns funcionários da escola, subimos e descemos o prédio a carretar mobília e bagagem (ai a bagagem que vai tão cheínha!)Amanhã tenho de lá voltar para fazer as últimas limpezas e ter tudo preparado. Vou receber a visita da Inspecção das limpezas. Ah pois é! Com os suecos não se brinca!
E pronto. Bruscamente fui parar à casa da minha orientadora. Fui parar ao ponto de partida, na casa de campo, com o verde à minha frente. A partir daqui é o regresso à Pátria.

colocar a conversa em dia

Tenho andado um pouco desligada do blog. Ainda tenho algumas crónicas a colocar, como o último passeio que fiz a Estocolmo (talvez a minha última visita à cidade), nomeadamente ao palácio real de Drotningholm que faz parte da lista do património mundial da UNESCO.
Tenho andado com muita coisa em mente ultimamente, como já tratar de fazer arrumações no meu apartamento. Para a semana, já vou fazer as mudanças e vou voltar à casa que me recebeu pela primeira vez. Vou viver até dia 16 de Junho (dia do meu regresso a Portugal), na casa da minha orientadora, tudo isto para evitar mais um mês de renda.
Tenho também andado um pouco ocupada, á procura de possíveis oportunidades de emprego por cá, mas está um pouco complicado. E, claro, o relatório a fazer. Por isso, talvez para a semana conto um pouco mais sobre a minha vida. :)